Se puder esperar até os 12 anos, a criança ficará apenas dois anos com o aparelho, e estará menos exposta a cáries e manchas
Nos congressos de ortodontia, tem-se debatido bastante sobre o melhor momento para colocar o aparelho nas crianças, e a influência dos pais e da sociedade nessa escolha. E a resposta é: nem sempre mais cedo é melhor, de acordo com o doutor em ortodontia e professor da UFPR e da Universidade Positivo, Alexandre Moro, que esteve no último congresso da Associação Americana de Ortodontia, no início do mês de maio, em São Francisco, Estados Unidos. “Se você coloca o aparelho no paciente de sete anos, provavelmente ele ficará até os 13, porque o tratamento finaliza depois que ele trocar todos os dentes. Se puder esperar até os 12 para colocar, ele ficará apenas dois anos, dois anos e meio, e não mais seis ou sete anos”, afirma.
A pressão dos pais e da própria sociedade para atingir uma harmonia o quanto antes, evitando casos de bullying com a criança, acaba levando ao tratamento precoce, e ao risco maior de problemas. “Quanto mais tempo a criança fica com o aparelho, maiores são as chances de desenvolver cáries e manchas nos dentes, devido à restrição na limpeza”, diz o professor.
Aceleração do tratamento
Para adultos, as técnicas de aceleração do tratamento, segundo Moro, são boas, mas ainda precisam de mais estudos para conseguirem reduzir o tratamento a um tempo razoável. “Às vezes a pessoa está em um tratamento de US$ 4 mil que durará dois anos e meio, e com a técnica de aceleração consegue ganhar de três a quatro meses. O custo/benefício ainda não vale a pena”, explica.
Vale lembrar que muitas das novas técnicas que aceleram o movimento dos dentes exigem um procedimento cirúrgico, invasivo, de corte do osso próximo ao dente ou de pequenas perfurações ósseas, que geram dor e incômodo aos pacientes. As versões menos invasivas, que usam uma espécie de ultrassom para movimentar os dentes, não tem resultados benéficos comprovados, segundo o ortodontista.
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